"Presos na poterna, o mistério da explosão"
O SOLDADO DA MESSE
O soldado Martins desempenhava as funções de padeiro na messe de oficiais durante o cerco dos franceses à Fortaleza de Almeida. O Marins era um jovem simples e sem grandes planos para o futuro, mas era muito orgulhoso no “seu pão”, dizia ele que era o melhor de todo a região, e malfadados aqueles que dissessem o contrário.
MOTIVO: Para além da fabricação do pão para os oficiais, a fama do seu pão chegou às linhas do inimigo, e por portas travessas, o pão do soldado Martins chegou à esposa do General Junot, a francesa Laure Permon. Esta encontrava-se em San Felices de los Gallegos, uma aldeia espanhola próxima de Almeida. Era uma senhora das cortes francesas de personalidade difícil, sendo muitas vezes corrosiva nas suas opiniões. Chegou então aos ouvidos do Martins que a Madame Laure, além de ter odiado o seu pão, gozava efusivamente com o “boulanger portugais”
Será que o soldado Martins, ferido no seu orgulho, revelou ao inimigo a localização do paiol da pólvora? Originaria assim uma vitória rápida para os franceses e a consequente ida de Laure Permon para bem longe de Almeida, essa azeda madame francesa…
ESPOSA DO TENENTE-REI
D. Antónia Josepha da Costa era a esposa do tenente-rei da praça, o Capitão José Bernardo da Costa. Casaram em 1796 e tiveram 7 filhos. Era uma esposa e uma mãe muito dedicada ao bem-estar da sua família. Ficou transtornada com os acontecimentos em agosto de 1810.
MOTIVO: Será que D. Josepha, uma senhora de família, teve a premonição que algo de terrível podia acontecer se o Cerco à fortaleza continuasse? E por isso decidiu revelar o local exato do paiol da pólvora e assim terminar com aqueles confrontos diários e sangrentos?
A DUQUESA DE ABRANTES
A duquesa de Abrantes, de seu nome Laure Permon, era esposa do General Junot, um dos ilustres oficiais de Napoleão.
Laure Permon era uma mulher francesa habituada às mordomias de Paris, bonita, espirituosa, cáustica e extravagante, tinha uma personalidade algo controversa, Junot chamava-lhe a “petite peste”. Dedicou-se também à escrita, tendo publicado interessantes memorias da sua vida e do seu tempo, incluindo do que passou em Portugal.
MOTIVO: Numa das suas memórias, referentes à sua estadia em San Felices de los Gallegos, aldeia espanhola perto de Almeida, durante o Cerco a Almeida, escrevia “…teremos de recear de tudo neste mal venturado país?…”, uma clara referência à sua petulância em relação a Portugal, sentimento que já vinha da receção no Palácio de Queluz à esposa do regente D. João, Carlota Joaquina, a sua repulsa a Portugal e ao modo de vida lusitano era conhecido.
Será que pela sua aversão a Portugal, a duquesa de Abrantes terá subornado um militar aliado, e que este tivesse dado a localização do paiol da pólvora no Castelo? e assim terminar com o conflito o mais rapidamente possível para poder regressar à sua amada França?
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