Dia 19 Manha

A Recriação do Cerco de Almeida está a aproximar-se!

João Domingos Bomtempo (1775–1842)

João Domingos Bomtempo, renomado pianista e compositor, ganhou destaque em Paris e Londres. Filho de Francisco Saverio Buontempo, um dos músicos italianos que vieram a Portugal para o serviço do rei D. José, e que a exemplo de muitos dos seus patrícios aportuguesou o nome, passando a chamar-se Francisco Xavier Bomtempo. Sua mãe chamava-se Mariana da Silva Bomtempo, natural de Lisboa.

Dedicou-se à música em tenra idade sob a direção paterna, aprendeu a tocar oboé, instrumento em que seu pai era especialista, sendo o primeiro oboé da orquestra real; ao mesmo tempo estudava piano e contraponto com os mestres do Seminário Patriarcal. Com a morte do pai em 1795, assumiu o seu lugar na orquestra real. Em 1801, foi para Paris, onde foi bem recebido e publicou a sua primeira sonata.

A primeira composição que publicou, foi uma sonata dedicada a D. Carlota Joaquina, mulher do príncipe regente D. João, ainda presente na Biblioteca da Ajuda com o seguinte título: Grande Sonate pour le Piano Forte, composée et dediée à Son Altesse Royale Ia Princesas de Portugal, par J. D. Bomtempo.

No ano de 1809 compôs a sua primeira sinfonia para orquestra, apresentada num concerto dado em janeiro de 1810. Em outubro desse ano partiu para Londres, onde foi brilhantemente recebido, alcançando amigos e grande proteção tanto entre a comunidade portuguesa, como entre as principais famílias inglesas.

Em 1822 já em Lisboa, Bomtempo conseguiu realizar a sua ideia de instituir uma Sociedade Filarmónica, como a de Londres e, mesmo com a interrupção temporária devido à contrarrevolução de 1823, continuou a promover concertos. Foi nomeado professor de D. Maria II e condecorado com a Ordem de Cristo. Casou-se em 1836 e continuou a sua carreira até à sua morte em 1842.

1. Alvarenga, João Pedro d’ (coord.). (1993). João Domingos Bomtempo. Lisboa: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro.

2. Alvarenga, João Pedro d’ (2007). João Domingos Bomtempo: quinteto em mi bemol maior, op. 16 (partitura). Lisboa: Partituras PortugalSom – Direcção-Geral das Artes.

3. Branco, João de Freitas (1949). João Domingos Bomtempo. In Ralph Hill (coord.). Sinfonia (pp. 136-146). Lisboa: Editora Ulisseia.

#municipioalmeida