O Museu Histórico Militar de Almeida (MHMA) tem patente uma exposição temporária – 01 de Janeiro a 30 de Março, que procura lembrar a importância das práticas médicas e cirúrgicas durante as Guerras Peninsulares.
Esta exposição evidencia que, atendendo aos conhecimentos e às precárias condições de trabalho, os cirurgiões prestaram um serviço notável no que se refere à prática cirúrgica, curativa e preventiva de algumas maleitas que afligiam os soldados, bem como de alguns tratamentos possíveis e aplicados aos ferimentos infligidos em combate durante as Campanhas Peninsulares, destaque especial para os instrumentos de amputações, as trepanações e a exploração de feridas.
“Em combate o cirurgião e os seus dois ajudantes posicionavam-se imediatamente atrás da unidade, enquanto os outros dois, eram deslocados para as frentes com medicamentos e instrumentos médicos como os garrotes, consistindo o seu trabalho principalmente por primeiros socorros. Nos hospitais de campo, realizavam-se as cirurgias mais complicadas como as amputações e a exploração de feridas pelos cirurgiões mais velhos e experientes cabendo aos ajudantes e cirurgião.”
Um dos grandes desafios para os serviços médicos nas guerras peninsulares foi a quantidade de feridos provocados pelas batalhas, acabando muitos deles por morrer pela tardia ou inadequada evacuação, bem como pela dificuldade em chegar a um hospital de campo.
A exposição é constituída por uma mostra de materiais (réplicas) que nos remete para a prática cirúrgica e de enfermagem dos quais destacamos: a maca de lona e um estojo de transporte em madeira contendo vários instrumentos de cirurgia, componentes naturais (animais e vegetais) e químicos para a prática medicamentosa e farmacêutica e demais tratamentos. Esta mostra é acompanhada por uma panóplia de fotografias e textos que procuram contextualizar os objetos existentes. Esta exposição tem como principal missão enriquecer com mais um contributo a Sala das Guerras Peninsulares do Museu Histórico Militar de Almeida, sendo esta uma realidade não explorada na exposição permanente.
NOTA: O Município de Almeida agradece em especial ao Sr. Joaquim Guedes pelo empréstimo dos materiais expostos que são da sua coleção particular.