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Época 2021/2022
Época 2021/2022
O Memorial aos refugiados e ao cônsul Aristides de Sousa Mendes promoveu, de 10 a 12 de setembro, o projeto Moments to the lost Words (Momento às palavras perdidas) da autoria de Adélia Santos Costa.
O objetivo deste projeto passou pelo convite a todos aqueles que visitaram o Memorial Vilar Formoso Fronteira da Paz a prestarem alguns minutos de homenagem às vítimas do Holocausto através de uma escrita simbólica, que depois foi colocada em garrafas de vidro, relembrando as palavras que se perderam e que, apesar disso, não devem ser esquecidas.
Os testemunhos a que temos hoje acesso e que fazem parte do Memorial Fronteira da Paz, são testemunhos que conhecemos porque de alguma forma vieram a público. Seja através da investigação e entrevistas, ou através de sobreviventes que ainda hoje continuam a contar a sua história, estes são testemunhos que sobreviveram a um dos períodos mais negros da nossa História – a II Guerra Mundial e Holocausto – e que hoje fazem parte das nossas vidas.
Contudo, questiona-se: como falar de todas as outras histórias, testemunhos e palavras perdidas para sempre? Porque não as conhecemos, quererá́ isto dizer que as mesmas não deverão ser relembradas? Como dizer as palavras que se perderam para sempre? Como as escrever, marcar, sinalizar?
Em Monument to the lost words existe a declaração de que as palavras que não tiveram a oportunidade de serem faladas, ouvidas e escritas não são por isso menores do que aquelas que o foram.
Os azulejos poderão ser visualizados no Picadeiro D’el Rey a partir do dia 3 de outubro.
A Câmara Municipal de Almeida e o Agrupamento de Escolas de Almeida celebram novo protocolo de colaboração para a prática de equitação em âmbito escolar.
Este protocolo complementa a oferta Educativa do Agrupamento de Escolas de Almeida e dá continuidade ao trabalho desenvolvido por este município na promoção e valorização da prática de equitação, reforçando a disponibilidade de serviço do picadeiro municipal e assegurando o transporte gratuito para esta atividade.
Inauguração do Largo Eduardo Lourenço, inserido nas atividades da Caravana Literária – Homenagem a Eduardo Lourenço, realizada no dia 4 de setembro, com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Almeida António José Monteiro Machado, Vice-presidente José Alberto Morgado, Vereador Alcino Morgado, Vice-presidente da Câmara Municipal da Guarda Vítor Amaral, entre outros ilustres Amigos e Família do Homenageado.
Reportagem Localvisão TV, do Sarau Cultural e Baile Oitocentista, realizado no Picadeiro D’el Rey, inserido na Evocação Histórica do Cerco de Almeida 2021.
Reportagem Localvisão Tv, do Seminário Internacional “Arquitetura Abaluartada e Património UNESCO”, realizado no CEAMA, inserido na Evocação Histórica do Cerco de Almeida 2021
Um Espaço Para Toda a Família.
“Companhia de Artífices”, designação aplicada ao conjunto dos estudantes e mestres que, trabalhando no “Laboratorio Chimico”, sob a direcção do lente de Química Tomé Rodrigues Sobral, se ocuparam, exclusivamente, da produção de munições. Para a constituição deste pequeno arsenal de guerra muito contribuíram outras figuras de destaque no meio académico, especialmente, Manuel José Barjona, lente substituto da Faculdade de Filosofia, José Freitas Guimarães, Joaquim Franco da Silva e Joaquim Batista, todos eles formados em Filosofia.
No “Laboratorio Chimico”, os almofarizes de pedra foram adaptados à produção de pólvora. Diariamente, afluíam ao laboratório carregamentos de carvão para a fundição de balas e produção de artifícios de guerra.
Segundo informa o Suplemento da Minerva Lusitana, de 3 de Dezembro de 1808, em pouco mais de três meses, entre 27 de Junho e 30 de Setembro, saíram do laboratório perto de uma tonelada de cartuchame e cerca de100 arrobas de pólvora. Em média, eram produzidos e encaixotados diariamente, 6000 a 7000 cartuxos. Sob a direcção de Bonifácio de Andrada e Silva, lente de Metalurgia e Intendente Geral de Minas e Metais do Reino, as ferrarias de Tomar e da Foz do Alge cooperaram, também, na fundição de ferro e na reparação de armas e utensílios.
– Araújo, Ana Cristina, Imprensa da Universidade de Coimbra URL:http://hdl.handle.net/10316.2/41508
– Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, O Patriotismo Académico…, cit., p. 77
Referência: Santo, Espírito Gabriel; “O COMBATE DO CÔA 24 DE JULHO DE 1810 A DIVISÃO DE INFANTARIA LIGEIRA NO INÍCIO DA INVASÃO DE MASSENA”; Tribuna da História – Edição de Livros e Revistas, Unipessoal Lda
Os primeiros exércitos franceses saídos da revolução tanto incorporavam homens como mulheres. Era o espírito patriótico de A Marselhesa, como «os filhos da pátria» a «formarem os batalhões», cujos «aguerridos soldados» eram cidadãos dos dois sexos. A partir de 1793, começavam a ser publicadas leis restringindo a obrigação de combater aos homens. Ainda que algumas heroínas, assumindo ou não abertamente a sua condição de mulheres, fiquem nas fileiras, a maior parte é afastada das tropas. Ficam apenas as lavadeiras e cantineiras, as primeiras à razão de quatro por batalhão e as segundas «de acordo com o que parecer necessário aos comandantes».
Estas mulheres desembaraçadas vão acompanhar os exércitos por toda a Europa, partilhando os seus momentos bons e maus, marchando e dormindo á chuva, quando fosse o caso. Usavam chapéus de aba larga para as proteger do sol e da chuva, saias compridas, botas e casacões. Geralmente tinham tido artes de arranjar um ou mais cavalos ou mulas para lhes levar os pertences. Sabiam fazer-se respeitar num mundo de homens e não hesitavam em berrar aos recalcitrantes: «As putas é do lado de fora do quartel!» A tasca das cantineiras, onde se servia álcool, era local de confraternização e de bebedeira, mas não antro de vicio. Algumas destas mulheres revelaram debaixo de fogo qualidades que nem todos os soldados tiveram: umas serviam aguardente no meio dos bombardeamentos e levavam munições aos postos avançados; outras, como a cozinheira do general Simon, no Buçaco, não hesitavam em meter-se no meio dos combates para ir acudir a um ferido.
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Válido em todos os pontos de venda, Biblioteca MMNR, Museu H. Militar, Centro de Estudos de Arquitetura Militar de Almeida e Turismo de Almeida. Estes descontos só são válidos para as publicações com menos de 18 meses de edição.
Quando consultamos os autores do Fundo Local da nossa Biblioteca Municipal, vamos encontrando amiúde alguns testemunhos que foram sobrevivendo de geração em geração acerca da passagem dos franceses nas Guerras Peninsulares, por estas terras raianas. Esta expressão, segundo José Mateus Cardoso utiliza-se ainda em Porto de Ovelha rememorando os episódios em que a população, quando prevista a aproximação das tropas inimigas, abandonou as suas casas e pertences para se refugiar nos campos, em sítios altos, ermos e de difícil acesso, diz o autor: “segunda consta, a expressão imitando o português dos pontos altos dos montes, utilizava-se para atrair as jovens que estavam escondidas, pretendendo assim fazer crer que eram pessoas da terra que as chamavam”
Bibliografia:
Cardoso, José Mateus / “História e Histórias de Porto de Ovelha”. – Tipografia-Escola Associação Deficientes das Forças Armadas, 1991. – pg.69
O autor deixa-nos ainda, no seu livro “História e Histórias de Porto de Ovelha” interessantes passagens citadas do livro “A vida e viagens de José Matias, cirurgião de Beith, natural de Portugal”, cujo autor nasceu em Porto de Ovelha em 1795 e ele próprio viveu os acontecimentos dessa época: “…naquela altura os habitantes tinham de se refugiar nas rochas, florestas e montanhas e eu era um deles. (…) no dia 25 de Março os franceses voltaram á aldeia e lavaram tudo o que podiam abarcar nas suas mãos. Na tarde desse dia, alguns habitantes vieram á povoação, entre os quais eu próprio, com o fim de fechar bem as portas e verificar se tinham lançado fogo nalguma casa. Nessa tarde, encontrámos um soldado francês saindo de uma casa. Fizemo-lo prisioneiro, mas não sabíamos o que fazer com ele, porque não tínhamos onde guardá-lo com segurança. Então acordámos em o levar para os arredores da aldeia, onde existia uma rocha com a altura de 30 a 40 pés, e daí foi derrubado, caindo entre outras rochas onde encontrou a morte. (…) Ao assistir a este espetáculo o meu coração de uma maneira tão lamentável, não ele próprio ( que ser um inimigo), mas pela mãe que o trouxe ao mundo (Cardoso: 1991, 69)
O território do concelho de Almeida é fértil em testemunhos que evocam a passagem dos franceses em 1810/1811, hoje descobrimos um, que a tradição oral advoga ter sido um esconderijo dos civis que fugiam aos horrores da Guerra.
Seguidamente à travessia do Côa, a Lapa Escura constitui-se como rochedos de grandes dimensões, em que um consiste numa fenda profunda que os habitantes utilizavam para se esconder dos franceses nas conturbadas guerras peninsulares. De elevado valor simbólico pelo significado, esta fenda natural faz-nos antever a aflição dos civis que procuravam sítios, ainda que de difícil acesso, como é o caso deste, para se manterem a salvo da carnificina que uma qualquer guerra provoca.
Percurso De Almeida á Lapa Escura
Projeto itinerante surge no âmbito da candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027 e é dedicado ao filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço. Uma homenagem ao gigante português do pensamento que será protagonizada por poetas, pensadores, escritores e pela voz da poesia, em colaboração com músicos e atores. Do alinhamento constam ainda testemunhos e três conferências sobre a poesia na contemporaneidade e os concertos de Sérgio Godinho e o Rap Global por MAZE e Boaventura de Sousa Santos.
Os municípios da Guarda, Almeida e Foz Côa promovem, de 3 a 5 de setembro, a primeira Caravana Literária – Festa da Literatura e do Pensamento. A iniciativa, que se realiza no âmbito da candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027, é um projeto itinerante dedicado, anualmente, à figura e obra de um autor consagrado com ligação aos concelhos que integram a candidatura.
Para a primeira edição a escolha foi imediata, e recaiu sobre um homem da terra, um grande pensador de Portugal e da Europa, desaparecido no ano passado. A figura e o pensamento de Eduardo Lourenço serão transversais aos três dias da Caravana Literária, nesta homenagem que arranca na sexta feira, dia 3 de setembro, na Guarda, viaja até Almeida no segundo dia, 4 de setembro, e termina, domingo, dia 5, em Foz Côa.
Com um programa recheado, onde se incluem debates, tertúlias e performances poéticas, destacam-se os momentos mais simbólicos desta Caravana Literária, onde a poesia vai ser dita por poetas, atores e músicos. Haverá sempre música ao final da tarde, em cada uma das localidades.
“Esta será a primeira grande homenagem a Eduardo Lourenço, integrada neste projeto, e aquela que versará sobre a importância da poesia na obra ensaística do autor. A ideia principal é relevar a relação que se pode estabelecer entre a obra de um grande pensador e a sua reflexão sobre a poesia e os poetas. Queremos, com esta iniciativa, assinalar este eixo menos divulgado da obra de Eduardo Lourenço, para além dos dois grandes eixos mais conhecidos que são a Europa e a Cultura Portuguesa”, sublinha Jorge Maximino, curador do projeto cultural.
Para o primeiro dia do evento, na Guarda, estão previstos vários momentos culturais, dos quais destacamos: a realização da Mesa-redonda: Mitos da Europa e poéticas da modernidade, com a participação de Nuno Júdice, António Carlos Cortez, Rosa Oliveira e moderação de João Rasteiro. Segue-se, à tarde, uma Performance poética, com textos de Camões, Pessoa e Sophia. A primeira conferência do evento está marcada para as 16h00 e versará sobre “A paisagem equatoriana na poesia de João Cabral de Melo Neto”.
O primeiro dia da Caravana Literária encerra com um concerto de Sérgio Godinho.
Dia 4, sábado, a caravana ruma até Almeida, sede do concelho da terra natal de Eduardo Lourenço (S. Pedro de Rio Seco), para um dia preenchido com diversas iniciativas de homenagem. Destacamos a inauguração do painel evocativo ao poeta e ensaísta pela mão da artista Graça Morais e a cerimónia de inauguração do Largo Eduardo Lourenço. Neste dia, e para além da habitual conferência com o tema “Poesia: imaginar é possível. (Notas sobre a poesia hoje.)”, há lugar a vários momentos musicais e performances poéticas que marcarão o ritmo e a intensidade com que as gentes de Almeida querem homenagear o grande pensador.
A primeira edição da Caravana Literária termina no domingo, dia 5, em Foz Côa, onde terá lugar a última conferência com o tema: “Eduardo Lourenço leitor de poesia”. Será também realizada uma Leitura homenagem pelos poetas. A primeira edição da Caravana literária encerra com um concerto Rap Global por MAZE e Boaventura de Sousa Santos.
A Caravana Literária é um projeto mais amplo e que não se esgota na candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027. O objetivo é o de envolver os 17 municípios que integram o projeto num núcleo intermunicipal de cooperação em iniciativas de âmbito cultural.
Consulte aqui o programa da iniciativa.
https://caravanaliteraria.com/
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