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Freguesia de Parada

População: 114 habitantes

Dista da Sede de Concelho: 28 km

Área: 12,6 km²

Orago: S. Domingos

Situada num dos extremos do concelho, a uma altitude média de 800 metros e confinando com o concelho da Guarda, a freguesia de Parada dista 28 km da vila de Almeida e a cerca de 4 da estação de caminho-de-ferro da Cerdeira. O seu Centro Histórico é de relevante interesse, destacando-se o Largo da Igreja com construções em pedra, a Igreja de S.Domingos – construção barroca com campanário de período anterior -, uma pequena capela e casa da família Fernandes.

Pertence a esta freguesia o lugar de Pailobo, local de grande riqueza paisagística. Outro atractivo turístico desta terra é a zona do Barroco da Arbitureira.

Parada regista um surpreendente número de barrocos (Guincho, Pera Gorda, Estaca, Mesinha, Lapa Escura), rochedos de grandes dimensões, que os habitantes utilizavam para se esconder dos franceses. Vivia-se a conturbada época das invasões francesas. Os saques e as violências perpetrados pelos invasores traziam o País aterrorizado e o medo também chegou a Parada. A ansiedade era uma constante do quotidiano destas gentes. O período mais negro ocorreu durante a 3.ª invasão. Ali a pouco mais de 10 km de Parada, na margem esquerda do Côa, encontravam-se acampados os soldados de Napoleão. E nessa época havia já muito medo acumulado em resultado das anteriores invasões. Em Vilar Maior havia sido cometido um horrendo crime na pessoa da rapariga mais linda da terra. Bem perto, em Badamalos, esboça-se resistência passiva traduzida na expressão que andava de boca em boca: “Massena: come, bebe e dança que a tua cabeça não volta a França”.

São muito antigas as origens das terras que constituem esta freguesia, como atestam as sepulturas escavadas na rocha, existentes em Pailobo, e os lagares talhados na pedra que recuam a tempos imemoriais. Serão provavelmente dos tempos da romanização e a própria toponímia também nos poderá conduzir àquela época romana. Assim, o topónimo “Parada” estará relacionado com o local onde as caravanas dos romanos faziam “parada”. Não muito longe daqui, em Miuzela, passava a via romana que atravessava a serra de Mesas e junto ao Côa se dividia em dois ramos laterais: o da ponte de Sequeiros e o do Jardo. O caminho mais utilizado seria o caminho do Jardo por Pailobo, Parada, Pousada e Póvoa do Mileu com destino a Lamego ou Conímbriga. O caminho de Sequeiros conduzia também a Parada, onde os romanos procediam à tal “parada”, para de seguida irem restabelecer em Pousada.

Arqueologicamente notável foi o achado de uma tampa de sepultura com uma inscrição funerária em latim que traduzida diz: “Aqui jaz Talabo, filho de Cenão”. Trata-se de uma placa de granito, de grão médio da região, em qualquer moldura, que, pelo desbaste das arestas posteriores, encaixaria nos muretes da sepultura em que se apoiava. O epitáfio é bastante simples, gravado com caracteres que não apresentam sempre o mesmo módulo. Nalgumas hastes verticais notam-se ainda alguns ápices terminais, em forma de travessões horizontais.

Em 1758 era Tenente de Cavalaria, na Praça de Almeida, Manuel Vieira, natural de Parada, conforme nos informa o pároco de 1758 nas suas “Memórias Paroquiais”. Além de se referir as produções de terra (centeio, trigo, cevada e vinho) e a sua situação física da freguesia (lugar sito em terra plana), a maior parte das suas informações incidem sobre o património religioso. Haveria a igreja dedicada a S. Domingos com três altares: o principal, com a imagem do orago, uma pintura de S. Gonçalo de Amarante e outra de S. Caetano; outro, com as imagens do Senhor Crucificado (milagrosa), de S. Sebastião, do Menino Deus e de S. Bartolomeu; e o terceiro tinha uma imagem de Nossa Senhora do Rosário e pinturas de Santa Apolónia e de Santa Catarina. O padre falava ainda de várias capelas, entre as quais a de Santo Antão e a de Santo António e de uma capela, ainda nova, com imagens do Senhor Jesus Cristo e sem Altar”por causa da pobreza”.

Gastronomia
– Jeropiga
– Borrego assado
– Enchidos
– Doce de Abóbora

Artesanato
– Colchas em linho

Anexas
– Pailobo

Atividades Económicas

- Agricultura
- Pecuária

Festividades

- Santo António (Agosto)
- S. Sebastião (Agosto)
- Festa das Roscas (25 e 26 de Dezembro)

Colectividades

Associação dos Caçadores da Parada
Salão do Povo 6355-142 Parada

Património

Património Edificado:
- Casa abastada do Adro da Igreja – Urbana / finais do Séc. XVIII

Património Religioso:
- Igreja Matriz – Urbano / Finais do séc. XVIII / XIX (características Tardo-Barrocas)
- Campanário – Urbano / séc. XVIII / XIX (Conjectural)
- Capela de St.º António - Urbano / séc. XVIII
- Capela do Sr. do Calvário - Urbano / séc. XVIII
- Capela de St.º Antão em Pailobo - Urbano / séc. XVIII
- Calvário – Periurbano / séc. XVIII / XIX (Conjectural)

Património Arqueológico e Etnográfico:
- Sepulturas Antropomórficas cavadas na Rocha em Pailobo no sítio da Fonte Madeiro – Rural / Medieval (Conjectural)
- Tampa de Sepultura com inscrição funerária – Urbana (descontextualizada) / Período Romano

Património Natural e Lazer:
- Paisagem na zona do Barroco da Arbitureira em Pailobo

Outros Locais de Interesse Turístico:
- Pailobo
- Paisagem Natural

Brasão

Escudo de ouro, lobo passante de negro, realçado de prata, animado, lampassado e armado de vermelho; em chefe, escudete de prata, mantelado de negro; em campanha, monte pedregoso de azul, realçado de prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «PARADA - ALMEIDA».

Bandeira


Azul. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.