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A fuga de Brenier da Praça-Forte de Almeida em 1811 - 2.ª Parte

Apenas um, o soldado do regimento n.º 6 de caçadores ligeiros André Thillet, consegue ultrapassar o cerco aliado e chegar junto dos seus compatriotas. Thillet entrega as ordens de Massena a Brenier que consistiam no facto de este não o poder socorrer, solicitando que destruísse o máximo que pudesse da fortaleza. Para que Massena soubesse que a sua mensagem tinha sido recebida em Almeida, foi ordenado a Brenier que desse 4 salvas de 25 tiros com os maiores canhões da praça, a intervalos de 5 minutos entre cada um.

Entretanto, Brenier já tinha armadilhado a fortaleza no caso de Massena não conseguir auxiliar Almeida, tendo também negado por duas vezes qualquer negociação com os mensageiros de Wellington para a rendição da Praça. Diria Brenier sabendo da sua posição delicada: “nós somos franceses, o inimigo não nos terá senão em último extremo”.

A Praça-Forte estava cercada por 13.000 homens do exército aliado, a guarnição de Brenier era de 1400 homens, um cenário pouco favorável para os franceses. No entanto, o governador da Praça reuniu a sua guarnição anunciando que iriam abandonar a fortaleza e que para isso teriam de atravessar as linhas anglo-lusas, disse ele: “Nós somos franceses; é necessário provarmos ao universo inteiro que somos dignos de o ser”. Os homens prepararam-se então para terríveis desafios a fim de evitarem a morte à fome provocada pelo cerco, os mantimentos só davam para mais 6 semanas, ou ficariam prisioneiros.

No dia 10 de maio de 1811, pelas 22:00h, iniciava-se o abandono da praça. As duas companhias de elite do 5.º batalhão do 32.º regimento seguiram na frente em duas colunas, Brenier deixava para trás o batalhão de engenharia com 200 sapadores comandados pelo chefe de batalhão – Morlet – para pôr fogo às minas. A guarnição dirigiu-se então para a Poterna do Baluarte de S. João de Deus, a senha era “Bonaparte” e “Bayard”, Brenier foi o último a sair dando ordem de pôr fogo às minas. As denotações que se seguiram em vários pontos da fortaleza foram de grande amplitude provocando enormes estragos, um lanço da muralha virado para o Côa e os lados da porta de Santo António ficaram completamente arrasados.

CARVALHO, José Vilhena de – 𝐴𝑙𝑚𝑒𝑖𝑑𝑎: 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑖́𝑑𝑖𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜́𝑟𝑖𝑎. Viseu: Tipografia Guerra, 1973. Vol. I.

Saiba mais em https://history-maps.com/story/Peninsular-War/event/Blockade-of-Almeida#main

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