É durante este período que as duas colunas comandadas por Brenier marcham em silêncio absoluto até Malpartida, onde confrontam postos avançados ingleses, enquanto isso, em Almeida, a praça explodia. Brenier conduziu os seus homens com frieza e com tal bravura que conseguiu continuar a retirada sem qualquer baixa, perdendo apenas a equipagem que se encontrava no fim da coluna. No dia seguinte Brenier juntava-se a Morlet e aos seus sapadores, em Barba del Puerco, Espanha. Estes tinham conseguido também atravessar as linhas anglo-lusas, uma proeza que ficaria imortalizada na História Militar.
A História das Guerras Peninsulares é rica em episódios de heroísmo de ambos os lados da contenda, Almeida e a sua fortaleza ficaram também no livro das memórias dessas ações heróicas. O General Thomas, num discurso na Câmara dos Deputados de França, em 19 de abril de 1820, qualificou o feito como uma das mais extraordinárias façanhas da História de todos os tempos e de todos os países, já Wellington, ao comentar tal feito em despacho oficial, lamentava que teria sido o acontecimento militar mais desgraçado que acontecera ao exército Aliado. Em carta confidencial a um seu irmão dizia que não havia nada mais imbecil do que um bravo oficial tivesse conseguido escapar, juntamente com a sua guarnição composta por 1.400 homens, por entre os dedos de 13.000 homens que vigiavam a Praça-Forte.
O bravo oficial do exército de Napoleão que governou a Praça de Guerra de Almeida durante a ocupação francesa foi o responsável pela proeza tão aclamada por uns e que tanto envergonhou outros. Este oficial, com a patente de General, de nome Antoine François Brenier de Montmorand, nasceu a 12 de novembro de 1767 em Saint- Marcellin, França, e morreu a 8 de outubro de 1832 aos 64 anos.
CARVALHO, José Vilhena de – Almeida: subsídios para a sua História. Viseu: Tipografia Guerra, 1973. Vol. I.
No dia seguinte, 28 de agosto, portanto, entrou em Almeida o 6.º Corpo que fora quem fizera o cerco da fortaleza(…). No entanto, Massena, não pôde aproveitar as ruínas de Almeida e por isso teve de mudar o seu quartel-general para o forte da Conceição na fronteira de Espanha, em frente de Vale de Lamula, enquanto mandava reparar a praça para poder defendê-la de qualquer eventual ataque, deixando no seu comando o general BRENIER, que a governou até ao ano seguinte.
CARVALHO, José Vilhena de – Almeida: subsídios para a sua História. Viseu: Tipografia Guerra, 1973. Vol. I,p.435 – 436
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