Malhada Sorda foi palco de um evento que juntou o conhecimento, a cultura, a espiritualidade, e sementes de arte.
Com o mote “Os alicerces dos sonhos que foram, constroem as memórias de amanhã” através do tema Emigração o desafio foi lançado e homenageou-se as raízes da terra.
A primeira edição do prémio literário Padre José Júlio Esteves Pinheiro, que teve a receção dos trabalhos entre o junho e julho do corrente ano foi de um sucesso surpreendente. Foram recebidos 188 trabalhos muitos dos quais de uma qualidade superior.
A atribuição dos prémios decorreu no dia 6 de setembro na Igreja Matriz de Malhada Sorda.
Os 3 primeiros lugares foram atribuidos a:
- 1°: António Pedro Ramalho Antunes Lopes Barreiro com o trabalho “O Príncipe do Pó”
- 2° – António João Ferreira Moreira com o trabalho “Melro Preto”
- 3° – Roberto Basílio de Matos com o trabalho “Semente”
O prémio Revelação Juvenil: Ruany Chicomini (Brasil) com o trabalho “A Viagem no tempo”.
1ª menção honrosa: Maria Judite Silva Henriques Pereira com o trabalho “O comboio dos emigrantes”
2ª menção honrosa Virgílio Sá com o trabalho “Homenagem ao Emigrante”.
Este momento teve o patrocínio do Município de Almeida, do gabinete de engenharia Arqestrela e a Junta de Feeguesia de Malhada Sorda.
O local deste evento, a Igreja Matriz de Malhada que se encontra em processo de reabilitação surpreendeu a comunidade com raríssimas pinturas murais que datam de
A historiadora de arte Dra Joana Pereira, responsável pela ExpoEcclesia da diocese da Guarda, com uma explicação entusiasta envolveu a comunidade presente que se permitiu acompanhar a mestria das mãos que pintaramO Milagre do Touro no Monte Gargano, a criação de Adão e Eva e a expulsão de ambos do Paraíso.
A espiritualidade que marca esta terra marca um crescer que resistiu aos tempos e que consolidou a fé dos peregrinos da vida. Através do livro, Malhada Sorda – Religiosidade e Manifestações de Fé, agora lançado pela Fundação Família Luzia Esteves pretende-se ligar o passado ao presente com um olhar sobre o futuro.
Com esta obra e através de uma linguagem clara e acessível pretendeu-se registar, valorizar, divulgar e promover o Património Religioso desta terra que terá o seu contributo para a recuperação e preservação da memória coletiva da população malhadense e para a transmissão destas práticas ancestrais às gerações vindouras. E com base desta premissa olhou-se para o património que resistiu e que transmite as mensagens da sua existência. Criou-se assim um roteiro religioso que nasce da constatação da necessidade de promover, dar a conhecer e fruir in situ o relevante património religioso de assinalável valor histórico, arquitectónico e artístico da freguesia de Malhada Sorda. O roteiro não tem o ensejo de apresentar um estudo aprofundado e alargado do património, optou-se antes por uma primeira abordagem descritiva de 18 locais de interesse. Os textos são acompanhados de imagens e das coordenadas GPS de forma a facilitar percursos.
O passado, o presente e o futuro ficaram, neste evento, ligados através de um legado que um dos mecenas da Fundação Família Luzia Esteves Pinheiro, o Padre José Júlio nos deixou. Foi um Homem do mundo, o mundo abriu-lhe as portas do conhecimento e a FFLEP pretende, na sua missão, preservar e dar continuidade a um propósito que semeou conhecimento.
Os caminhos outrora traçados marcam a herança que somos e a semente que seremos.