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O domínio Filipino, a Restauração e Almeida.

A 13 de Agosto de 1578, Filipe II de Espanha, recebe no Escorial, a notícia do desaire de Alcácer Quibir. De imediato toma as diligências necessárias para se apresentar como herdeiro do velho tio cardeal D. Henrique, escolhendo um dedicado embaixador para iniciar em Lisboa as difíceis negociações. D. Cristóvão de Moura é o escolhido. Depois de muita oposição e de muitas lutas, Filipe II entra em Portugal em fins de 1580, não como conquistador, mas como o rei legítimo, Filipe I de Portugal.

Seguiu-se o domínio Filipino em Portugal, durante 60 anos o país esteve sob alçada de Espanha. A 1 de dezembro de 1640, é deposto Filipe III. Um grupo de conspiradores invade o Palácio Real, no Terreiro do Paço, e tomam o poder declarando a restauração e a independência de Portugal. A 15 de Dezembro foi aclamado rei de Portugal, D. João IV.

O Reino de Portugal, ficou definitivamente reconhecida em 1668, com o Tratado de Lisboa, assinado em nome de Afonso VI de Portugal e Carlos II de Espanha.

De todo este processo Portugal beneficiou com o facto de Espanha ter grande parte das suas forças militares envolvidas na Guerra dos 30 anos, para além do conflito interno em que a coroa espanhola tentava acabar com a revolta da Catalunha.

Após o fim da Guerra dos 30 anos, Espanha tem alguns ataques esporádicos a Portugal, mas apenas em 1663 a investida das tropas espanholas em território nacional foi considerável, entre essas investidas houve a tentativa de conquista da praça-forte de Almeida.

Sob o comando do Duque de Osuna, as tropas espanholas aproximam-se de Almeida com uma força de quatro a cinco mil infantes e 600 cavalos, um poder militar superior aos militares defensores da praça de guerra de Almeida, que era comandada pelo General Diogo Gomes de Figueiredo, e que tinha sob o seu comando cerca de 1000 militares e 150 cavalos, além da população civil.

Foi um confronto de grande intensidade e com elevadas baixas, principalmente para o exército espanhol, mas com grande bravura e heroísmo as forças do Duque de Osuna foram rechaçadas a 2 de julho de 1663 pelos bravos guerreiros do General Diogo Gomes de Figueiredo.

Esta batalha foi de grande relevo para a consolidação da restauração da independência de Portugal, de tal forma que o nome de ALMEIDA está registado no Monumento aos Restauradores em Lisboa.

O feriado municipal de Almeida comemora-se a 2 de julho, sendo uma evocação aos bravos que em 1663 defenderam a praça-forte de Almeida e Portugal.

Neste período da História militar de Portugal o Arcabuz de fecho de serpentina foi certamente uma das armas utilizadas, até mesmo na batalha de 2 de julho de 1663 na fortaleza de Almeida.

Deixamos uma breve descrição e despertamos alguma curiosidade sobre este fusil que pode observar ao visitar o Museu Histórico-Militar de Almeida.

Este tipo de arma tinha carregamento pela boca, composta por um fecho de serpentina e gatilho de alavanca. Tinha cano de alma lisa fixado à coronha de Nogueira por cavilhas no fuste e parafuso na cauda da culatra. O fecho fixava-se à coronha por parafusos de atravessar e tinha o cano de aço forjado e era de calibre 16mm.

Na guerra da restauração as armas de fogo eram dotadas de fecharias de mecha ou morrão. Um dos problemas das armas de fogo de mecha era a necessidade de transportar o morrão aceso, de forma a provocar a ignição da pólvora e fazer o disparo. Quando se pretendia emboscar o inimigo à noite ou em zonas, o morrão aceso podia denunciar os soldados que preparavam a surpresa ao inimigo. Por outro lado, a alma lisa (interior do cano sem estrias) destas armas conferia ao projétil, uma baixa velocidade uma trajetória errática, para o que também contribuía a forma esférica da bala de chumbo. O alcance do tiro seria de cerca de 60 a 80 metros.

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